Entre janeiro e agosto, foram registrados 125 casos na capital, um aumento de 86% em relação a 2022, segundo dados da Polícia Civil
Entre janeiro e agosto deste ano, pelo menos 15 pessoas foram vítimas de golpes de viagens a cada mês no Distrito Federal, segundo dados da Polícia Civil. A média é o resultado total de 125 boletins de ocorrência registrados no período, número 86% maior do que o de 2022, quando 67 casos foram registrados no mesmo intervalo.
Os golpes de viagens são classificados pela Polícia Civil como crimes de estelionato e furto mediante fraude, que envolvem agências de turismo, pacotes de viagens e excursões. Em 78% dos casos, os criminosos agiram através da internet. No ano passado, a capital registrou mais de 15 mil casos de estelionato virtuais.
Em março, por exemplo, a Polícia Civil, em parceria com a polícia do Rio de Janeiro, prendeu suspeitos de integrar um grupo que lucrava com vendas falsas de cotas de clubes de viagens a idosos. Para enganar as vítimas, o grupo cobrava taxas para que o idoso pudesse manter o título atualizado. Na época, o prejuízo estimado chegou a R$ 20 milhões.
Em outro caso, ainda investigado pela polícia, 80 clientes de uma agência de turismo do Distrito Federal afirmam ter sido vítimas de um golpe envolvendo a compra de um pacote de viagem internacional. À Record TV, um dos clientes afirmou que pagou R$ 17 mil por um pacote para a Europa, mas teve o passeio cancelado pela empresa, e o valor não foi ressarcido.
“Ele [o dono da agência], com uma conversa muito boa, muito atencioso, me convenceu a comprar os euros também. Nós gastamos R$ 11 mil para comprar dois mil euros. Estava tudo certo, mas os euros eu não recebi. Aí, eu fiquei cobrando dele a entrega dos euros, e ele falando que ia entregar. Eu achei estranho, porque quando a gente compra moeda estrangeira a gente recebe na hora”, disse um dos clientes.
Dados do Procon-DF apontam que de janeiro a 20 de setembro deste ano, quase duas mil reclamações foram feitas no instituto sobre viagens ou questões relacionadas à área do turismo.
Como se proteger?
Para o especialista em direito empresarial Mozar Carvalho, a atenção redobrada com a reputação e avaliação da empresa são aspectos importantes na hora de escolher a agência ideal para fechar a viagem. Confira algumas dicas:
• pesquise sobre a agência; veja as avaliações da empresa na internet e em redes sociais, mas é importante ficar atento a quantidade de comentários;
• confira o CNPJ da empresa no site da Receita Federal e veja se o endereço e nome são verdadeiros;
• desconfie de preços muito abaixo do valor de mercado; e
• cuidado com a pressão para vender; em alguns casos, a insistência na compra está associada a uma fraude.
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