Moraes ironiza caso de Débora: ‘Passando um batonzinho na estátua’

Foto: Reprodução do X
Foto: Reprodução do X

Ao proferir seu voto sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (PL), o ministro-relator Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ironizou o caso da cabeleireira Débora dos Santos, de 39 anos.

Moraes exibiu um vídeo de cerca de cinco minutos das manifestações de 8 de janeiro de 2023 e declarou aos presentes na 1ª Turma da Corte: “Não houve um passeio no parque, ninguém, absolutamente ninguém que estava lá estava passeando”.

Débora Rodrigues dos Santos, durante o ato do 8 de Janeiro | Foto: Reprodução
Débora Rodrigues dos Santos, durante o ato do 8 de Janeiro de 2023 | Foto: Reprodução

Na sequência, sem citar nominalmente Débora dos Santos, ministro-relator emendou: “Ninguém estava passeando com um batom ou só passando um batonzinho na estátua”.

Na sexta-feira passada, 21, o magistrado divulgou seu voto na 1ª Turma do STF sobre o caso de Débora dos Santos — uma mãe de família presa pelo 8 de janeiro, depois de escrever com batom “perdeu, mané” na estátua da Justiça.

Moraes vota para tornar Bolsonaro réu por suposta tentativa de golpe

O ministro-relator votou para condenar Débora a 14 anos de cadeia, sendo 12 anos e seis meses em regime fechado. Determinou, da mesma forma, pagamento de multa de R$ 30 milhões, com quitação solidária com outros réus.

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O ministro-relator Alexandre de Moraes votou pelo recebimento da denúncia da PGR contra Bolsonaro e os demais sete acusados por suposta tentativa de golpe de Estado.

Os denunciados também são acusados dos seguintes crimes:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Organização criminosa armada;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Durante sua justificação, Moraes disse que há “justa causa” na denúncia da PGR: “Os crimes praticados no dia 8 de janeiro em relação à sua materialidade, não estamos falando em autoria, ainda, foram gravíssimos”, afirmou.

bolsonaro e advogados
Jair Bolsonaro participou do primeiro dia de julgamento da 1ª Turma da Suprema Corte | Foto: Gustavo Moreno/STF

O magistrado ainda alegou que “arcabouço probatório foi produzido pela Polícia Federal de forma independente e autônoma à delação premiada [Mauro Cid], com provas que corroboram” para a narrativa de uma tentativa de golpe.

Ao falar sobre a delação de Mauro Cid,  relator citou: “Não é normal que um presidente que acabou de perder a eleição se reúna com comandante do Exército e da Marinha e o ministro da Defesa para discutir uma minuta de golpe, com controle de entrada e saída de pessoas do Palácio da Alvorada”.

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