Agora, os réus vão responder por pelo menos quatro crimes
A 9ª Vara Federal de Curitiba acolheu a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e transformou 13 acusados em réus por participação no plano de sequestro do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). A juíza Sandra Regina Soares assinou a decisão no último dia 17.
Agora, os réus vão responder pelos crimes de tentativa de extorsão mediante sequestro, organização criminosa, posse ilegal de arma de fogo com numeração suprimida e posse ilegal de arma de fogo de uso permitido.
O MPF baseou a denúncia a partir de informações coletadas pela Operação Sequaz, deflagrada em 22 de março pela Polícia Federal para combater a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação também serviu para desmantelar um plano que pretendia atacar autoridades, entre elas o ex-juiz da Lava Jato.
Na decisão, a juíza afirma que, segundos as investigações, os crimes estão relacionados às medidas adotadas por Moro durante seu período como ministro. Entre o período como magistrado e como parlamentar, ele foi o titular da pasta de Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro.
“Conforme apurado na presente investigação, os motivos do crime estão relacionados às medidas adotadas por Sérgio Moro enquanto Ministro da Justiça, mais precisamente a transferência de lideranças da facção criminosa Primeiro Comando da Capital para presídios federais de segurança máxima, bem como a proibição de visitas íntimas nesses presídios, para evitar a transmissão de ordens da alta hierarquia”, afirma Sandra Regina, em trecho da decisão.
Repercussão política do plano contra Moro
Além da repercussão causada pela desarticulação de um plano de umas das maiores facções criminosas do Brasil, que pretendia matar autoridades políticas e judiarias, o episódio ganhou destaque também no cenário político.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ver “uma armação” de Moro na acusação. Pouco antes, o petista havia explanado seu desejo de vingança contra o ex-juiz.