O governo de Luiz Inácio Lula da Silva está organizando um dossiê com supostas evidências que relacionam diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro ao esquema de descontos ilegais no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A proposta, segundo lideranças governistas, é usar o documento como base para eventual Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as fraudes, cuja investigação já soma prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 .
De acordo com o Brasil 247, o dossiê inclui um organograma que conecta assessores da Secretaria de Previdência do governo Bolsonaro à criação de entidades acusadas de fraudes, como a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), que saltou de apenas três filiados em 2021 para mais de 600 mil, passando de R$ 135 mil para R$ 30 milhões de faturamento mensal .
O esquema foi alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril de 2025 pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União, que concluiu existência de acordos de cooperação técnica fraudulentos desde 2016, atravessando os governos Temer, Bolsonaro e Lula .
Entre os pontos levantados no documento está o papel do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, apontado como principal articulador entre as associações e o INSS durante o mandato de Bolsonaro. No escritório de Antunes, investigadores teriam encontrado um caderno com anotações que funcionaria como planilha de pagamentos de propina .
Especialistas e checadores de fatos alertam, porém, que boa parte das alegações carece de comprovação documental pública. Segundo o Aos Fatos, opositores de Lula e Bolsonaro trocam acusações sobre o início e responsabilidade pelas fraudes, e ainda não há acesso ao conteúdo integral do suposto dossiê para confirmar a relação direta de Bolsonaro com o esquema .
No Congresso, líderes do PL negam qualquer obstrução à fiscalização durante o governo Bolsonaro e atribuem trechos polêmicos do relatório a emendas propostas por PDT e PSB. Enquanto isso, o Planalto articula a retirada de assinaturas para adiar a CPMI, embora decisões do STF garantam à minoria o direito de instaurar comissões .
O desfecho dependerá da divulgação oficial do dossiê e da instalação da CPMI, que promete ser o próximo capítulo na polarizada disputa em torno da maior fraude previdenciária da história recente do país.
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