O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Paulo Maiurino, não foi comunicado com antecedência sobre a realização da Operação Akuanduba, deflagrada pela corporação no dia 19 de maio e tendo como principais alvos o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente do Ibama, Eduardo Bim. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
De acordo com a publicação, para montar a operação, o delegado Franco Perazzoni, da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico (Delemaph), que é o responsável pelo inquérito que apura os atos investigados pela Akuanduba, contou com a aprovação de seu superior, o coordenador de crimes fazendários, Cleo Mazotti.
O coordenador, por sua vez, solicitou às superintendências locais — de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Pará — o aparato necessário. De acordo com a publicação, a montagem de grandes operações nem sempre chega ao conhecimento do diretor-geral, mas é, por princípio, compartimentada.
Outra autoridade que questionou o fato de não ter sido comunicada foi o procurador-geral da República, Augusto Aras, que afirmou que a atitude poderia “violar o sistema constitucional acusatório”.
Vale ressaltar que a operação foi feita sobre um caso que já havia sido arquivado pelo Ministério Público e foi desarquivado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.