A primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, fez uma publicação em suas redes sociais falando sobre punir e banir as redes sociais que não cooperarem para o fim da disseminação de discurso de ódio contra mulheres, crianças e adolescentes.
A esposa do presidente Lula (PT) fez sua primeira publicação desde que teve o X, antigo Twitter, invadido por um adolescente de 17 anos que ficou por uma hora e meia publicando mensagens e ataques contra ela, seu esposo e também contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Janja reclamou da demora para o X bloquear o perfil e então impedir que o invasor continuasse fazendo publicações em seu nome.
” Minha equipe de redes agiu rapidamente, mas o pesadelo se estendeu por uma hora e meia até o bloqueio. O transtorno e a burocracia continuaram para que a conta fosse recuperada e o relatório da plataforma fosse finalmente entregue para investigação da Polícia Federal , o que aconteceu somente quatro dias depois dos crimes cometidos ” escreveu.
Na publicação, ela citou “a angústia de tantas mulheres que também sofreram e sofrem esse tipo de ataques” e que têm mais dificuldades de terem o caso resolvido por não serem figuras públicas. Em seguida, ela falou sobre responsabilizar as plataformas.
– Precisamos falar sobre a responsabilização das plataformas. Não podemos permitir que cada vez mais crimes de ódio sejam cometidos contra nós, mulheres, fora e dentro do ambiente online. Não podemos permitir que as plataformas sigam lucrando em cima do ódio, coisa que tenho certeza que aconteceu no caso da invasão do meu perfil. Um hora e meia de monetização para o X.
Leia:
Nesta última semana, depois de ter meu email, X e LinkedIn invadidos, me senti exposta, agredida, ameaçada e desrespeitada como nunca antes. Foram momentos de angústia, ansiedade e tristeza, mas também de acolhimento e força com tantas mensagens de apoio e conforto que recebi.
Pensei muito sobre voltar ou não para essa rede social, não apenas por causa das agressões que aconteceram em meu perfil, mas principalmente por toda a demora dos administradores da rede X em agir, congelando meu perfil para que as agressões parassem de ser postadas e pudessem ser silenciadas. Minha equipe de redes agiu rapidamente, mas o pesadelo se estendeu por uma hora e meia até o bloqueio. O transtorno e a burocracia continuaram para que a conta fosse recuperada e o relatório da plataforma fosse finalmente entregue para investigação da Polícia Federal , o que aconteceu somente quatro dias depois dos crimes cometidos.
Fiquei pensando na angústia de tantas mulheres que também sofreram e sofrem esse tipo de ataques e, por não serem pessoas públicas, têm ainda mais dificuldade para fazer com que as plataformas de redes sociais ajam. Na maioria das vezes, o que essas mulheres encontram é o descaso, o desrespeito e a revitimização, quando não a morte.
É triste que um adolescente de 17 anos, que confessou a invasão ao meu perfil, esteja no ambiente das redes disposto a espalhar tanto ódio e repulsa às mulheres. Mais absurdo ainda é as plataformas permitirem que crimes de ódio sejam praticados livremente.
Precisamos falar sobre a responsabilização das plataformas. Não podemos permitir que cada vez mais crimes de ódio sejam cometidos contra nós, mulheres, fora e dentro do ambiente online. Não podemos permitir que as plataformas sigam lucrando em cima do ódio, coisa que tenho certeza que aconteceu no caso da invasão do meu perfil. Um hora e meia de monetização para o X.
A máxima machista que afirma que “a culpa sempre é da vítima” se repete infinitamente nos crimes virtuais. Por isso, redes subterrâneas de ódio e crimes fazem de reféns tantas mulheres, crianças e adolescentes. Essas redes precisam ser investigadas, se for o caso banidas, além de responder criminalmente pelos seus crimes.
Nós, mulheres, queremos nos sentir seguras na sociedade e também no ambiente digital. Precisamos que a sociedade, no Brasil e no mundo, se engaje para combater esse tipo de crime, tão comumente cometido contra mulheres de todas as nacionalidades, posições políticas e classes sociais.
Por isso, decidi seguir firme e atuante nas redes sociais, mais uma maneira de continuar lutando para que todas as mulheres possam viver suas vidas livres de violência.
Seguimos juntas!!!